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Cristina de Luca

Das 10 empresas mais valiosas do mundo, 8 são de tecnologia

Cristina De Luca

08/06/2017 17h29

Das 10 empresas mais valiosas do mundo, segundo o ranking BrandZ Global TOP 100, 8 são do setor de tecnologia. E entre elas estão as Big 4 da Internet: Amazon, Apple, Facebook e Google. Uma demonstração clara da pujança da economia digital.

As marcas de tecnologia vêm conquistando posições e se consolidando no topo do ranking nos últimos três anos.

Vale lembrar que o cálculo do valor da marca leva em consideração dois fatores: a rentabilidade da companhia no ano fiscal e o equity da marca para os consumidores. "Tecnologia tem ocupado um espaço cada vez maior nas nossas vidas. E essas empresas não só são campeãs em rentabilidade, como são percebidas como únicas pelos consumidores", explica Valkiria Garré, CEO da Kantar Millward Brown.

É o valor da marca para o consumidor que faz, por exemplo,  que uma marca de tecnologia que tenha a mesma rentabilidade de uma marca de consumo, como Coca-Cola ou Shell, acabe tendo uma colocação melhor no ranking.

Este ano, a Amazon foi a empresa que registrou maior crescimento do valor em dólar, entre todas 100 marca avaliadas, aumentando US$40.3 bilhões (+41%) e chegando ao valor de marca de US$139.3 bilhões.

Achou muito? Pois saiba que apesar da ótima performance da gigante da nuvem e do ecommerce, ela é apenas a quarta no ranking. A Google encabeça a lista, seguida mais um vez por Apple e Microsoft. As três aumentaram o valor de suas marcas em 7% (para US$245.6 bilhões); 3% (para US$234.7 bilhões) e 18% (para US$143.2 bilhões), respectivamente, na variação anaual. O Facebook ocupa o quinto lugar, com crescimento de 27% passando para US$129.8 bilhões.

Um ponto a destacar é que 25% do valor total das Top 100 marcas mais valiosas do BrandZ é composta pela soma dos valores combinados das Top 5, o que reforça sua importância no cenário atual de negócios. Juntas, as marcas Top 5 valem US$ 1,2 trilhão.

A chinesa Tencent, dona da WeChat, aparece entre as Top 10 pela primeira vez, com aumento no valor de marca (27%, US$108.3 bilhões). Suficiente para fazê-la ocupar a oitava posição.

"As marcas chinesas nem precisam ser muito conhecidas no mundo. A performance delas no mercado interno já é suficiente para torná-las forte", comenta Valkiria.

Outras duas empresas, embora não sejam consideradas efetivamente de tecnologia, são parte importante do ecossistema digital: a operadora AT&T e a Visa (que já se posiciona como uma empresa de tecnologia que busca atender às demandas e ansiedades de cada consumidor, oferecendo facilidades de pagamento).

Considerando os segmentos, o pessoal da Kantar Millward Brown destaca que o crescimento de valor dos varejistas puramente online aumentou 388% desde 2006 (principalmente pelo desempenho da Amazon nesse período), enquanto os varejistas tradicionais caíram 23% à medida em que demoraram mais para adaptar sua oferta incluindo a venda online.

A categoria tecnologia cresceu 13% na variação anual, enquanto fast food foi a terceira categoria com maior crescimento entre 2016 e  2017  (7%), com as principais marcas introduzindo alimentos frescos para valorizar seus cardápios, além de trazer inovações nos pontos de contato com clientes que melhoraram a experiência de marca.

Em termos de regiões, as marcas norte-americanas dominaram o ranking, com 54 marcas no BrandZ Top 100, valendo 71% do valor total das marcas. No último ano, essas marcas cresceram 12% comparado com a média de 1% de declínio para marcas originárias do resto do mundo exceto China, onde a maioria das marcas registrou crescimento de 11% na média, com exceção das estatais.

As Top 20 marcas B2B aumentaram seu valor em 11%. O ranking mostra também que na medida que o mundo digital cria sobreposição entre os negócios e os ambientes de consumo, a fronteira entre B2B e B2C está desaparecendo, criando marcas B2H (Business to Human). Quem esteve esta semana no CIAB 2017 percebeu bem isso. Por conta do comportamento digital dos consumidores, a segmentação de produtos e serviços tende a desaparecer. O indivíduo passa a ser o foco das estratégias de atendimento.

Não por acaso, uma das tendências mais claras entre as apontadas pelo ranking BrandZ Global TOP 100 é a de que oss ecossistemas de tecnologia centrados no consumidor tornam as marcas indispensáveis. Os consumidores podem realizar cada vez mais uma série de atividades, desde compras online até assistir a televisão, sob a bandeira de uma marca e em vários dispositivos. Ofertar conveniência permite que as marcas mais poderosas minimizem o risco de perda de consumidores.

No fim de abril, a Brand Finance também montou o seu ranking das marcas globais mais valiosas. E as Top 5 da Brand estão entre as 10 da BrandZ, e vice-versa.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.