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Cristina de Luca

iTorpedos: WhatsApp já rivaliza com Facebook no consumo de notícias

Cristina De Luca

22/06/2017 21h38

Está lá, na edição 2017 do Digital News Report, do Reuters Institute for the Study of Journalism. O crescimento nas mídias sociais para distribuição de notícias está estável, tendendo a cair, muito por conta do uso crescente dos aplicativos de mensagens.  O uso do WhatsApp para notícias está começando a rivalizar com o Facebook em vários mercados, incluindo Malásia (51%), Brasil (46%) e Espanha (32%).

No Brasil, houve queda de 6 pontos percentuais no uso do Facebook para notícias, e aumento de 7 pontos percentuais no uso do WhatsApp.

A pesquisa ouviu mais de 70 mil pessoas em 36 países.

De modo geral, o crescimento dos mensageiros para consumo de notícia se soma ao uso das redes sociais e não em substituição a elas. A grande maioria (78%) daqueles que usam um aplicativo de mensagens para notícias também usa pelo menos uma rede social.

Mais de 30 mil bots (serviços que estão programados para conversas sobre notícias, esportes ou clima) foram criados no Facebook Messenger desde o lançamento do recurso em abril de 2016.

Além disso, as notícias móveis cresceram significativamente no último ano, especialmente nos EUA (+8 pontos percentuais), Coreia do Sul (+7) e Austrália (+4), tornando-se uma nova rota importante para o conteúdo e dando uma nova vida para os apps de de notícias.

Assistentes digitais ativados por voz como o Amazon Echo estão emergindo como uma nova plataforma para notícias, já superando os relógios inteligentes nos EUA, Reino Unido e Alemanha. Uma série de editores como a CNN, a BBC e a Spiegel criaram aplicativos de áudio especificamente para esses dispositivos.

A boa notícia? O bloqueio de anúncios no desktop está estável (21%) e nos smartphones permanece baixo (7%). O Brasil está entre os países com menor uso de bloqueadores (17%). O índice é mais elevado na Grécia (36%) e na Polônia (32%) e menor no Japão (13%) e Coreia do Sul (12%).

A notícia ruim? Mais de metade dos consumidores de notícias (54%) preferem caminhos que utilizam algoritmos para selecionar histórias em vez de editores ou jornalistas (44%). Esse efeito é ainda mais evidente para aqueles que usam principalmente smartphones (58%) e para usuários mais jovens (64%).

Uma questão-chave para os formuladores de políticas, de acordo com os autores do estudo, é como essa mudança para a descoberta de conteúdo através de redes sociais, pesquisa e agregadores personalizados está afetando a variedade e o tipo de notícias consumidas. Isso amplia ou restringe nossas escolhas? Está determinando opiniões  mais extremas e polarizadas? Segundo a pesquisa, nem tanto.

A abundância de conteúdos na Internet, combinada com novas formas de distribuição, contribuiu para uma crise de confiança no jornalismo. Está cada vez mais  difícil distinguir os fatos verificados das mentiras, dos "fatos alternativos" ou das informações atribuídas a agendas específicas, todos percebidos igualmente como "notícias falsas" por diferentes grupos de consumidores.

Por fim, do ponto de vista das plataformas, há um reconhecimento maior de que os algoritmos raramente são neutros. Globalmente, apenas um quarto (24%) dos entrevistados disse que as empresas de redes sociais fazem um bom trabalho de separar o fato da ficção – em comparação com 40% para os meios de comunicação.

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 Cannes Lions: Dados, dados e dados…. Dados são uma ótima ferramenta para otimizar campanhas, mas os anunciantes precisam se concentrar primeiro na construção de um relacionamento com os consumidores. E isso passa também por contar histórias convincentes.  "Os dados são uma ferramenta para melhorar a narrativa, não pode substituí-la", disse Kevin Ryan, fundador da Motivity Marketing, ao fazer um balanço do festival. Concorda?

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O Apple News vai fornecer dados demográficos para os editores, atendendo a uma reivindicação antiga.  Inicialmente, serão informados o gênero e a idade dos leitores, através do painel do News Publisher Analytics.

Embora os dados sobre o gênero e a idade possam parecer bastante modestos para os padrões da Internet – onde os indivíduos são completamente mapeados pelos cookies e seus próprios perfis de redes sociais – é mais generoso pelos padrões da Apple, que informava somente as quantidades de visualizações e visitantes, além de metadados mostrando, por exemplo, quando o conteúdo foi visualizado.

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1,5 bilhão de pessoas acessam o YouTube por mês. Além disso, os usuários passam mais de uma hora por dia, em média, assistindo vídeos em seus dispositivos móveis.  Os números foram revelados nesta quinta-feira, durante a VidCon 2017, realizada na Califórnia (EUA). Na ocasião o YouTube revelou também a ampliação de seu acordo com a Nielsen para medição de audiência no aplicativo móvel. Os clientes da Nielsen podem ter acesso a dados demográficos de idade e gênero, bem como alcance, frequência e GRPs.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.