Jornais americanos querem negociar coletivamente com o Google e o Facebook
A News Media Alliance, uma associação que representa cerca de 2 mil veículos de imprensa dos Estados Unidos e do Canadá, incluindo o Wall Street Journal e The New York Times, faz campanha no Congresso americano pela revisão das leis antitruste para permitir que seus afiliados negociem coletivamente com o Google e o Facebook.
De acordo com a entidade, o Google e o Facebook dominam o tráfego de notícias digitais e absorvem o grosso do dinheiro investido em publicidade, formando um "duopólio digital" que obriga as editoras a entregar seu conteúdo seguindo as regras determinadas por eles.
"Quando se trata da mídia, as leis existentes estão tendo consequências não intencionais de evitar que as organizações de notícias trabalhem juntas para negociar melhores negócios que irão sustentar o jornalismo local e empresarial, que é fundamental para uma democracia vibrante", afirmou a News Media Alliance em um comunicado publicado em seu site.
Paul Boyle, vice-presidente sênior da News Media Alliance para políticas públicas, diz que o grupo espera abordar coletivamente o "impacto do duopólio digital" em organizações de notícias. "Suas regras costumam comercializar notícias e restringir a capacidade das editoras para implementar modelos de negócios como assinaturas", diz o texto, que também acusar as plataformas e suas regras de terem dado origem ao fenômeno das notícias falsas, que muitas vezes não podem ser diferenciadas das notícias reais.
O empenho da organização em uma mudança na legislação antitruste americana é impulsionado em parte pelo recente processo antitruste do Departamento de Justiça contra editores que conspiraram com a Apple para corrigir os preços dos e-books. Essa acusação teve um "efeito de arrefecimento" em outras indústrias, onde os jogadores querem "se juntar e conversar sobre potenciais problemas do modelo de negócios", diz ele.
"A única maneira pela qual os editores podem enfrentar essa ameaça inexorável é se unindo. Com uma frente unificada para negociar com o Google e o Facebook, pressionando por proteções de propriedade intelectual mais fortes, melhores suportes para modelos de assinatura e uma parcela justa de receita com dados, eles podem construir um futuro mais sustentável para o negócio de notícias", escreveu David Chavern, presidente da News Media Alliance, em artigo publicado pelo Wall Street Journal.
_____
Google e Facebook somam mais de 70% dos US$ 73 bilhões investidos anualmente em publicidade digital, além de 80% do tráfego na internet, de acordo com o site Marketwatch.
_____
Na Europa, a luta contra Google e Facebook continua a crescer… Na semana passada, um novo consórcio de editores franceses e empresas de mídia, chamado "Gravity Alliance", foi anunciado para oferecer aos clientes vendas de anúncios programáticos mais eficientes, em grande escala. A lista de afiliados inclui a Lagardère, que possui Paris Match e a edição francesa da Elle, além de estações de rádio e TV e franquias de esportes e entretenimento; os negócios franceses da Condé Nast; o Les Echos Group, editor de um grande jornal de negócios; L'Équipe, um dos principais jornais esportivos; e a SoLocal, uma grande editora de classificados. A Alliance também conta com dois grandes radiodifusores franceses, o SFR e o M6, e uma rede francesa de comércio eletrônico, a FNAC Darty.
De acordo com Les Echos, os sites do consórcio atingem cerca de 44% da população francesa online. A ideia é adicionar mais membros, para ampliar o alcance total do consórcio para mais da metade dos usuários diários de internet do país.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.