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Cristina de Luca

Webinar gratuito do IAB explica como Brasil será afetado pela Coalition for Better Ads

Cristina De Luca

26/07/2017 22h25

Você sabe o que é a o Coalition for Better Ads e como ele vai impactar todo o ecossistema de publicidade digital? Então se liga nesta quinta-feira, 27/7, às 15h, no webinar "Por dentro do CBA (Coalition for Better Ads)".  Paulo Arruda, diretor de Publicidade Digital no Estadão e presidente do Comitê de Veículo do IAB Brasil vai explicar detalhadamente cada passo da coalizão e como eles podem afetar o mercado mundial de publicidade digital. 

O grupo, que possui o Google  e o Facebook como um dos seus membros, liberou em março deste ano o relatório "Better Ads Standards", identificando os tipos anúncios preferidos e os mais rejeitados pelo consumidores, após uma pesquisa com 25 mil consumidores dos mercados norte-americanos e europeus. Eles classificaram 104 formatos de publicidade online, para desktop e mobile, como invasivos ou não invasivos.

Com base nessa análise, e a fim de estabelecer uma relação mais construtiva com seus públicos,  agências, veículos, anunciantes e fornecedores de tecnologia uniram forças  e começaram a se adaptar às orientações do relatório. O objetivo é, a partir de janeiro de 2018, privilegiar apenas os formatos de anúncios mais bem aceitos pelos consumidores, e assim tentar refrear o uso crescente de ad blockes, vistos como uma ameaça pelos publishers, as plataformas e as agências de publicidade.

Por conta desse movimento, em maio passado o Google se antecipou e anunciou que começara a bloquear os formatos de anúncios considerados impróprios pelo CBA no Chrome, causando enorme ruído. Afinal de contas, o Chrome é navegador mais usado no mundo.

Duas coisas fazem os executivos de mídia digital terem pesadelos: o crescente uso de bloqueadores de anúncios e a participação de 49% do Google no crescimento da receita de anúncios digitais. Com o ad blocker do Chrome isso pode aumentar ainda mais?

"O Google impor uma solução através do Chrome não me parece boa", disse David Chavern, líder da News Media Alliance. "É uma forma de dizer olha aqui editores, este é o acordo; é pegar ou largar", comenta.

Para contornar esse sentimento, o Google criou uma ferramenta chamada "Opções de Financiamento", que permitirá aos editores solicitar aos leitores que desabilite os bloqueadores de anúncios ou pague para ver o conteúdo, sem anúncios. Mas parece não ter convencido alguns.

"O Google será promotor, juiz e júri para a qualidade do anúncio, mantendo uma enorme participação financeira no resultado", Jonathan Kanter, advogado antitruste da Paul, Weiss, Rifkind, Wharton & Garrison LLP, um dos maiores escritórios de advocacia para litígios corporativos dos Estados Unidos.

Como representante da CBA, o IAB Brasil está liderando este processo de revisão dos modelos publicitários por aqui. Cogita, inclusive, repetir a pesquisa no Brasil, embora muitos sustentem que as mudanças feitas lá fora não afetarão de imediato o país. "Temos alguns meses para discutir a questão em profundidade, e avaliar a necessidade de repetir a pesquisa localmente", comenta Paulo Arruda.

A grande preocupação aqui, por enquanto, é saber como grandes anunciantes vão se comportar. Provavelmente, o que valer para eles nos mercado americano e europeu, a partir do primeiro trimestre de 218, passará a valer para cá também. O que impossibilitará a venda de alguns formatos muitos rentáveis, como os interstitials, considerados impróprios pelo CBA. Por outro lado, os native ads podem ganhar cada vez mais força.

"Todos nós teremos que repensar os modelos de publicidade e ser mais inventivos, porque talvez a publicidade de impacto desapareça do mercado", comenta Paulo, pensando até na possibilidade de criação de novos modelos de comercialização.

Preocupado, o IAB Brasil também montou um grupo de trabalho com representantes de agências, veículos, anunciantes e fornecedores de plataformas, para aprofundar as discussões sob a perspectiva local. Entre os participantes estão o Estadão, a Pepsico, a Unilever. "Esse grupo acompanha os debates no CBA mais de perto e pretende fazer um comunicado do IAB alertando para os formatos que tendem desaparecer", diz Paulo.

Interessados em participar do webinar devem se inscrever no link http://bit.ly/2ueNbsX. Ainda dá tempo de reservar a sua vaga!

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.