Digital já representa 42% da receita do New York Times com publicidade. Bom?
Tem muita gente comemorando. A receita do New York Times com publicidade voltou a crescer, pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2014.
A New York Times Company recebeu U$ 1 milhão a mais no segundo semestre deste ano, em comparação o mesmo período do ano passado. E a publicidade digital ajudou. Cresceu 22,5%, para US $ 55,2 milhões, passando a representar quase 42% da receita total, enquanto a fatia da publicidade impressa encolheu 10,5%, para US $ 77 milhões, devido principalmente a uma queda nos anúncios dos segmentos de luxo, imóveis, tecnologia, telecomunicações e viagens, diz o informe de resultados, publicado hoje. O aumento da receita com publicidade digital foi atribuído, principalmente, às campanhas bem sucedidas em smartphones, que compensaram uma queda com a publicidade tradicional do site.
E as boas notícias não param por aí. Também pela primeira vez, a receita de assinatura somente digital (US $ 83 milhões, incluindo as assinaturas de produtos Crossword da NYTCO) superou a receita com a publicidade impressa (US $ 77 milhões).
Trocando em miúdos, o crescimento digital robusto levou a New York Times Company a ter um dos seus trimestres mais fortes nos últimos anos. A performance dos negócios digitais compensou o declínio continuado da publicidade impressa, que historicamente vem sendo a principal fonte de receita dos jornais. No primeiro trimestre, o faturamento da New York Times Co. com publicidade em papel caiu 18%, o que resultou em queda de 7% no total das receitas publicitárias da empresa.
A NYTCO adicionou 93 mil assinaturas líquidas exclusivas digitais para seus produtos de notícias no segundo trimestre deste ano. Incluindo assinaturas de seu produto de palavras cruzadas, o The New York Times tem mais de 2,3 milhões de assinaturas apenas digitais, dobrando sua base de assinantes digitais ao longo de um período de dois anos.
"Acreditamos que mais e mais pessoas estão preparadas para pagar por jornalismo profundo e de alta qualidade, que ajude a entender o mundo", declarou Mark Thompson, CEO do NYT.
A empresa teve US $ 407 milhões em receita no trimestre encerrado no fim de junho, um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2016. O lucro operacional aumentou para US $ 28 milhões, contra US $ 9 milhões no mesmo trimestre do ano passado. O lucro operacional ajustado cresceu para US $ 67 milhões. E o lucro líquido foi de cerca de US $ 16 milhões. Algo notável se comparado com uma perda líquida de cerca de US $ 500 mil no mesmo período de 2016.
Os resultados financeiros dinâmicos foram anunciados em um momento de mudanças fundamentais e de grande ansiedade na redação, por conta de mais uma reestruturação. A companhia anunciou recentemente um plano de demissão voluntária para reduzir a quantidade de editores. Em memorando à redação, Dean Baquet, editor-executivo, e Joseph Kahn, secretário de Redação, informaram que o sistema atual de editores de conteúdo e editores de estilo –dois grupos separados que têm tarefas diferentes antes que um texto seja publicado– seriam substituídos por um grupo único de editores que teriam responsabilidade por todos os aspectos de uma história. Outro editor "revisará o texto final antes da publicação".
Repórteres e outros funcionários da redação também têm direito de aderir ao plano se eles assim desejarem, segundo o memorando. Baquet e Kahn afirmaram que a economia de custo obtida com a medida permitirá contratar até cem jornalistas a mais para a redação.
O Times reportou despesas com indenizações perto de US $ 19 milhões no trimestre, considerando a redução da equipe de redação, com o fechamento de diversas sucursais.
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