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Cristina de Luca

Há transparência na campanhas programáticas? Como saber?

Cristina De Luca

22/08/2017 17h40

Focada e eficiente. Quando feita corretamente, estas são duas maneiras de caracterizar a publicidade programática. Para marcas que desejam executar uma campanha bem sucedida e alcançar o target exato, o anúncio programático é uma rota inteligente e altamente recomendada. Há uma série de benefícios que vêm com a compra de anúncios desta forma. Mas o outro lado a moeda é preocupante. Em todo o mundo, a fraude tem diminuído a confiança na compra programática, e apontado para um problema de transparência.

Agências e adnetworks têm a responsabilidade de serem transparentes com seus clientes sobre onde e como os anúncios estão sendo exibidos, bem como de garantir que esses anúncios sejam vistos por pessoas reais e não por robôs. A transparência não só fortalece as parcerias, mas também promove a confiança em toda a indústria.

No próximo dia 29 de agosto, o IAB Brasil realiza a 5ª edição do AdTech&Data, para debater temas relacionados à transparência, brand safety, experiência do consumidor em relação a publicidade digital e combate à fraude, com anunciantes, agências, veículos e plataformas de tecnologia.

Caberá a Leandro Claro, diretor de Marketing e Customer Intelligence na Youse, explanar "por que modelos mais transparentes na mídia programática trazem maturidade ao mercado e benefícios aos anunciantes".

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E o Brand Safety?

Quando se trata de plataformas de tecnologia de impressão ou de demanda em campanhas programáticas, é melhor ter em mente que não há uma solução única para a segurança da marca.  Selecionar a plataforma de compra certa diminui as chances de que os anúncios apareçam em categorias de conteúdo desfavoráveis.  Cada tecnologia de anúncios tem seus próprios pontos fortes, e é importante escolher com base nas necessidades exatas da campanha.

E embora quem venda mídia programática goste de dizer que o canal não importa e, sim, a audiência certa, este também deve ser um ponto cuidadosamente estudado. A mídia programática precisa de um terreno fértil e saudável para se desenvolver. Em um mundo com consumidores cada vez mais conectados não é possível imaginar que eles darão o mesmo valor para uma marca que está sendo construída em um ambiente da baixa qualidade do que para uma marca que inserida no ambiente certo e com valor.

Muitas vezes as marcas — mesmo as grandes — nem se dão conta, mas comprar mídia sem saber onde ela é veiculada aumenta as chances de o anúncio patrocinar as chamadas fake news, ou ainda mensagens extremistas e de ódio.

Há uma série de responsabilidades que as marcas devem assumir para se proteger enquanto pensam em campanhas programáticas. Dizem os especialistas que o processo de proteção deve começar com a construção e manutenção contínua de uma lista negra de sites de baixa qualidade. Tomar notas sobre a entrega de impressão no nível do site pode ajudá-lo a descobrir se seus anúncios estão sendo exibidos nesses locais. Da mesma forma. manter uma whitelist é igualmente importante. Você deve selecionar onde deseja que seus anúncios apareçam e alavancar mercados privados para direcionar um inventário melhor controlado. Ao considerar essas duas opções, é crucial ter atenção à escala. Conhecer o público-alvo e o potencial inventário podem ser críticos para a eficácia dos seus anúncios.

Meses atrás, li uma reportagem no Marketing Land que explorava bem a necessidade de uso de listas brancas e negras também na mídia programática. Recomendo.

Como transparência, tópicos sobre Brand Safety também serão abordados no AdTech&Data.

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Processar dados e fazer sugestões de compra sofisticadas é uma coisa. Usar os dados para desenvolver enredos eficazes e criativos é outra bem diferente. Isso, por si só, bastará para assegurar a sobrevivência dos estrategistas de mídia digital, diante do crescimento da Inteligência Artificial e dos processos automatizados?

"Há dois movimentos em curso. Tanto o fluxo de trabalho quanto o processo de execução estão sendo automatizados, forçando os estrategistas a evoluírem para consultores de marketing estratégico", comenta Shawn Riegsecker, CEO da Centro.  "O software assumirá a resposta sobre a questão "O que devo comprar?" – que tem sido o papel predominante de um estrategista historicamente", completa ele, em entrevista publicada pelo RTBlog. Vale a leitura.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.