Consumo de vídeos online cresce 90,1% em três anos no Brasil
O consumo de vídeos online cresceu 90,1% nos últimos três anos no Brasil, segundo os resultados da quarta edição da pesquisa Video Viewers, do Instituto Provokers. A quantidade média de horas que os brasileiros passam assistindo vídeos online passou de 8,1 em 2014 para 15,4 em 2017. E o tempo gasto em frente à TV ficou praticamente estável no mesmo período.
Realizada em julho passado, a pesquisa ouviu 1,5 mil brasileiros entre 14 e 55 anos, das classes A, B e C, que assistem regularmente televisão em cinco capitais (Porto Alegre, Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo) e algumas cidades do interior de São Paulo. Amostra que, segundo os pesquisadores, representa 123 milhões de pessoas e 80% do consumo de mídia do Brasil.
Em alguns casos, os espectadores pesquisados já estão assistindo a quantidades de tempo equivalentes de TV e de Internet (22,6 horas no formato tradicional e 15,4 horas na internet por semana).
Para aqueles que assistem até 20 horas semanais de conteúdo em vídeo (56% dos entrevistados), 13,4 horas são passadas no meio digital. Já os 44% dos entrevistados, que assistem mais de 20 horas semanais, afirmam passar em média 36,1 horas na TV e 17,9 na Internet.
Segunda tela
A TV tradicional divide cada vez mais atenção com outros meios: 87% dos brasileiros declararam estar conectados à Internet enquanto a televisão está ligada.
Smartphone em destaque
E para assistir vídeos online, a maioria absoluta (84%) usa um smartphone e 57% preferem este tipo de aparelho para a prática.
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No mundo todo, a visualização móvel continua a ser um dos principais impulsionadores do consumo de vídeo online, segundo outro estudo recente, Global Video Index Q2 2018, da Ooyala.
Em termos de formato, o relatório aponta a tendência para o consumo de conteúdos mais longos (vídeos com 20 minutos ou mais de duração) o que tem feito o tempo gasto assistindo vídeo em todas as telas aumentar.
Como o estudo brasileiro, o estudo da Ooyala também aponta os dispositivos móveis como plataforma de escolha para o consumo, em detrimento dos computadores pessoais.
"Muito disso é devido à crescente quantidade de conteúdo premium que os serviços agora disponibilizam para todos os dispositivos", observa o relatório, acrescentando: "À medida que o conteúdo mais longo se torna mais prevalente, um número crescente de usuários – em todos os dados demográficos – se dizem confortáveis para ver conteúdos mais longos em telas menores". Usuários globais de tablets costumam ver vídeos de 44 minutos, em média. E os de smartphones, de 38,5 minutos.
Os atuais tamanhos de tela desses dispositivos móveis, em sua maioria já de alta resolução, são ideais para assistir episódios de TV, filmes, e até eventos esportivos ao vivo, em qualquer lugar.
Na região formada pela Ásia e o Pacífico, 72% das visualizações de vídeo são em telas pequenas (em comparação com 50% na América do Norte). Mas a preferência é por vídeos com duração entre 20 e 30 minutos. Já os latinos, como nós, preferem os vídeos de média (de 30 minutos a 1 hora) e longa duração (mais de 1 hora). Não é de espantar a supremacia do Netflix na região.
O mesmo estudo descobriu que o tempo gasto assistindo vídeo através de TVs conectadas caiu para 96% contra 98% no primeiro trimestre.
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Outros dados interessantes sobre vídeo online
Em 2018, a Apple planeja gastar US $ 1 bilhão na produção de vídeos para a iTunes.
A Netflix tem mais de US $ 15 bilhões destinados à produção de conteúdo original nos próximos dois anos.
Em termos de escala, US $ 9 bilhões deverão ser gastos no próximo ano com a produção de séries e outros conteúdos de vídeo por plataformas OTT. O valor inclui previsões de investimento da Amazon e do Google, mas deixa de fora players importantes como Hulu, Facebook, Snapchat. E, ainda assim, é mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) de muitos pequenos países.
Existem aproximadamente 100 serviços VOD nos Estados Unidos e milhares mais em todo o mundo. Dobre isso se quiser adicionar na conta plataformas suportadas por anúncios, conteúdos oferecidos online por redes de TV (como a Globo), redes de cabo (como Globosat e HBO) e MVPDS virtuais.
Só no segundo trimestre, os provedores tradicionais de televisão por assinatura perderam quase um milhão de assinantes no mundo (941 mil segundo o analista Craig Moffett).
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