Topo

Cristina de Luca

Pesquisa global mostra desconfiança no Brasil para armazenamento de dados

Cristina De Luca

28/10/2017 08h31

Estudo recente da McAfee abordando o conhecimento dos gestores quanto as regulamentação de proteção de dados existentes nos seus países e as regulamentações de outros países – especialmente a GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados), que será implementada na União Europeia a partir de maio de 2018 – revelou enorme desconfiança no Brasil para o armazenamento de dados.

O estudo 800 gestores empresariais de nível sênior na Austrália, Brasil, França, Alemanha, Japão, Cingapura, Reino Unido e Estados Unidos, com intuito de avaliar a abordagem adotada pelas empresas sobre a proteção de seus dados, incluindo questões sobre local de armazenamento, gerenciamento e segurança. E questionou quais países os entrevistados acreditam que possuem os requisitos mais rigorosos de proteção de dados como leis, políticas, procedimentos etc. O Brasil foi escolhido por apenas 2% dos entrevistados. Os Estados Unidos foram a escolha de 46% dos entrevistados, seguido pela Alemanha (16%) e o Reino Unido (13%).

Quando questionados em quais países eles prefeririam armazenar os dados da sua organização por causa da regulamentação existente no local, o Brasil foi escolhido por apenas 8% do total de respondentes. Os Estados Unidos foram novamente o primeiro colocado, escolha de 48% dos entrevistados. Mesmo entre os brasileiros: 58% dos gestores locais disseram que preferem armazenar seus dados nos Estados Unidos.

Os entrevistados também responderam em quais países eles evitariam armazenar os dados da sua organização por causa das regulamentações locais e o Brasil foi o terceiro colocado (27%), perdendo apenas para o México (38%) e a Índia (28%).

"A maioria dos executivos prefere que os dados de suas organizações estejam armazenados em países com rígidas leis sobre proteção de dados", comenta Marcus Almeida, Gerente de Inside Sales e SMB da McAfee.

Entre os brasileiros, a maioria (62%) diz que sua organização armazena parte dos dados no Brasil e também nos Estados Unidos (44%). Os principais motivos para isso são: fornecedores mais baratos (50%); legislação sobre regulamentação de proteção de dados no país (34%); ou o fato de o provedor de serviços da nuvem escolhido estar localizado em um local específico (32%).

Os principais impactos negativos que preocupam os entrevistados brasileiros em caso de violação de um regulamento de proteção de dados são a perda de confiança do cliente (34%), as penalidades financeiras (26%) e a perda de clientes (26%).

Quase um terço (32%) acha que relatar uma violação tem um estigma vinculado que causará efeito negativo na marca.

Também entre os entrevistados brasileiros, 48% disseram que seus negócios serão afetados pelo GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados), europeu. Quando questionados sobre quão confortável a sua organização se sente com a adesão do GDPR, 38% dos brasileiros se sentem extremamente confortáveis com a regulamentação europeia e apenas 4% dizem não ter conhecimento sobre a nova legislação.

Um quarto dos brasileiros (26%) disse que sua organização está migrando ativamente seus dados para um local diferente como resultado do GDPR e 46% dos entrevistados disseram que usarão os provedores de serviços em nuvem para ajudá-los a alcançar a conformidade com a proteção de dados.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.