Fux convoca imprensa para o combate às fake news nas eleições
Tome nota.
Durante café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira (8/2), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, afirmou que contará com o apoio dos veículos de imprensa confiáveis para trabalhar no combate às fake news (notícias falsas) durante a campanha das Eleições 2018.
"A imprensa brasileira será a nossa parceira, nossa fonte primária em uma das nossas maiores preocupações que é o combate às fake news", disse ele ao informar que Ministério Público e Polícia Federal passarão a integrar o Conselho Consultivo montado no TSE para estudar soluções para o tema.
O Conselho atuará dentro do TSE com estudos de inteligência para se antecipar à disseminação de conteúdo indevido por meio de robôs, por exemplo. No entanto, o presidente reafirmou que a imprensa será a principal aliada para aferir a veracidade daquilo que está sendo noticiado.
A convocação reitera o discurso do ministro Fux ao tomar posse na Presidência do TSE, quando afirmou que a Justiça Eleitoral não pretende tolher a liberdade de expressão e de informação legítima do eleitor, uma vez que "o papel do TSE, portanto, é o de neutralizar esses comportamentos anti-isonômicos e abusivos".
"Notícias falsas, fake news, derretem candidaturas legítimas. Uma campanha limpa se faz com a divulgação de virtudes de um candidato sobre o outro, e não com a difusão de atributos negativos pessoais que atingem irresponsavelmente uma candidatura", disse ele na ocasião ao lembrar exemplos de eleições no exterior em que os candidatos preferem destruir a honra alheia através de notícias falsas por meio de redes sociais em vez de revelar as próprias aptidões e qualidades.
O convite aos jornalistas foi uma iniciativa do ministro Fux para aproximar o tribunal dos responsáveis por informar os cidadãos com responsabilidade e credibilidade. Com isso, o presidente abriu as portas para um trabalho conjunto nos próximos meses que antecedem a eleição do dia 7 de outubro, que vai definir o novo presidente da República bem como os novos deputados federais, estaduais e distritais, além de senadores e governadores em todo o país.
O gesto acontece depois da repercussão negativa de um tweet feito pela Federação Nacional dos Policiais Federais, no dia 9 de janeiro. O tweet informava o que já havia sido noticiado nos dia 4 de janeiro pela Folha de São Paulo: a instalação de um um grupo de trabalho da PF, em conjunto com outros órgãos federais, incluindo o Ministério Público, para discutir meios de coibir "fake news" durante as eleições deste ano.
No meio de janeiro, diretor-geral da PF, Fernando Segovia, confirmou em entrevista à Míriam Leitão, na GloboNews, que especialistas em crimes cibernéticos do órgão já estavam trabalhando nessa tarefa. E que eles contariam com a ajuda de uma equipe especializada do FBI para montar um modelo de combate às "fake news".
No mesmo programa, Segovia já havia dito que o TSE e a PF queriam a participação dos meios de comunicação nos trabalhos para a construção desse modelo. "A gente não pode misturar o que é 'fake news' e o que é jornalismo", disse o diretor da PF.
A ver.
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