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Cristina de Luca

Robôs impulsionam notícias verdadeiras e falsas na mesma proporção

Cristina De Luca

08/03/2018 21h38

Ficou surpreso com o título? Quem afirma são os pesquisadores Deb Roy e Soroush Vosough, do Media Lab, do MIT, que examinaram cerca de 126 mil histórias postadas por aproximadamente 3 milhões de pessoas no Twitter, compartilhadas mais de 4,5 milhões de vezes entre 2006 e 2017.

Publicado na revista Science, o estudo, apontado por alguns meios de comunicação (com certo exagero) como o mais profundo já feito até hoje sobre a propagação de fake news, afirma também que as notícias falsas se espalham mais rápido do que as verdadeiras…. por culpa das pessoas, em vez dos  "bots".

"Os robôs aceleraram a propagação de notícias verdadeiras e falsas ao mesmo ritmo. As fakes news se espalham mais rápido do que as notícias verdadeiras porque os humanos, e não os robôs, são mais propensos a propagá-las", dizem os pesquisadores.

Na opinião deles, as pessoas são muito propensas a espalhar informações novas e surpreendentes, o que favorece a propagação da informação falsa. Sabe a fofoca? Pois é….

"Descobrimos que a notícias falsas são mais novas do que as verdadeiras, o que sugere que as pessoas são mais propensas a compartilhar informações novas e espetaculares", dizem eles.

O dado mais preocupante, na minha opinião? As notícias falsas têm 70% mais chances de serem "retuitadas" do que as notícias verdadeiras.

Para classificar as notícias entre falsas e verdadeiras, os pesquisadores utilizaram dados de seis organizações independentes de fact-checking, com índice de acerto sobre as classificações de 95% a 98%.

Segundo os pesquisadores, embora a pesquisa tenha sido feita no Twitter, as descobertas não se limitam à plataforma. "Nós pensamos que as descobertas provavelmente se aplicam a outras plataformas de comunicação baseadas na Internet, nas quais os usuários podem compartilhar notícias com outras pessoas", dizem.

Na opinião delese, com base em estudos como esse, as redes sociais poderiam reprogramar a forma como espalham as mensagens – calibrar os seus algoritmos.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.