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Cristina de Luca

Domínio ONG.br será alternativa livre de restrições ao ORG.br

Cristina De Luca

24/08/2018 07h48

Muitas associações e movimentos da sociedades civil, como coletivos e coalizações, carecem de um porto seguro na Internet brasileira. Muitas vezes acabam tendo que recorrer a domínios genéricos de outros países, por não preencherem todos os requisitos para o registro de um domínio "ORG.br", que desde o início do surgimento da parte que nos cabe no latifúndio da internet é atribuído exclusivamente às organizações sem fins lucrativos.

Essa realidade começa a mudar a partir das 15h da próxima segunda-feira, 27 de agosto, quando associações, grupos de interesse e outros conjuntos de usuários de Internet no Brasil passarão a poder registrar endereços sob a categoria "ONG.br", mesmo não tendo personalidade jurídica.

A categoria "ong.br" tem apenas uma restrição, permanente: somente aceitará o registro de nome já presente no "ORG.br" quando o pedido for feito pelo respectivo titular. Por exemplo: somente a Abong, dona do domínio www.abong.org.br, poderá ter o registro de www.abong.ong.br. "Foi a forma que encontramos de não haver homônimos entre um ORG.br e um ONG.br", comenta Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br, que comemora também o fato dos domínio .br terem voltado a crescer este ano.

"Em 2017 praticamente não tivemos aumento no número de domínios registrados embaixo do .br. Este ano, voltamos a crescer", comenta.  E iniciativas como esta, de oferta de domínios bastante solicitados no país, ajudam bastante.

Vale lembrar que todo registro de domínio deve estar vinculado ao CPF da pessoa responsável por sua administração.

O NIC.br disponibiliza mais de 120 categorias para o registro de domínios ".br", incluindo os já mencionados domínios genéricos, além dos que são destinados a pessoas físicas (por exemplo, "blog.br", "wiki.br"), profissionais liberais ("eng.br", "adv.br", entre outras), pessoas jurídicas ("tv.br", "tur.br", por exemplo) e cidades ("rio.br", "sampa.br", entre outros).

A anuidade de um domínio ".br" custa R$ 40. Além de proporcionar e manter a qualidade no registro e publicação internacional de domínios, o montante arrecado permite ainda ao NIC.br investir em uma série de ações e projetos do CGI.br que geram benefícios e a melhoria das atividades relacionadas à infraestrutura da Internet disponíveis no País.

Servidores seguros espalhados por todo o Brasil garantem rapidez e confiabilidade na resolução do ".br" e há uma equipe do NIC.br exclusivamente dedicada para atender e auxiliar os usuários em sua dúvidas. Há, ainda, o recém-implementado recurso de redirecionamento de página, que permite apontar um domínio para qualquer URL, mantendo identidades e marcas ativas na Internet de forma permanente.

O "ONG.br" é alternativa também aos ".ONG" e ".NGO"
Em 2015, com o início de liberação do novos gTLD (generic Top Level Domain), a empresa Public Interest Registry – empresa que já operava o domínio de primeiro nível ".ORG" – criou dois  endereços específicos para o terceiro setor: o ".ONG" e ".NGO". E manteve a restrição de que só ONGs cadastradas em seus respectivos países pudessem usar esses domínios. O objetivo? Levar segurança às pessoas que querem entrar em contato e contribuir com as entidades.

Para ter um domínio ".ONG", a instituição tem que comprovar suas atividades através de um registro válido emitido pelo governo do país em que atua ou por outra organização de igual relevância.  Já os domínios ".ORG" não têm restrição, para dar voz a qualquer pessoa, empresa ou organização para compartilhar suas causas, paixões e ideias. Portanto, o inverso do que ocorre no  .br, onde o ".ORG.br" é restrito e o ".ONG.br" é livre.

Um domínio .ONG, como Abong.ong, custa US$ 50 ao ano, em média.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.