Santinhos estão dando um banho no impulsionamento de propaganda política
Não sei quanto a você, mas até hoje não fui impactada por nenhum conteúdo impulsionado por candidato, partido ou coligação durante minha navegação no Facebook. Entretanto, postagens de amigos reproduzindo santinhos de seus candidatos não param de poluir minha timeline.
Como a propaganda eleitoral na internet é permitida, desde que não seja paga, a galera do marketing político anda aproveitando o fato de a legislação eleitoral permitir que os eleitores expressem apoio aos candidatos de sua preferência nas redes sociais, livremente, para inundar o Facebook e o Instagram de "santinhos digitais", apesar de muitos estudiosos garantirem que eles devem ser evitados nas redes sociais, por serem pouco producentes.
A rede social, ao contrário da televisão, não aceita imposição. As pessoas não querem ser incomodadas por santinhos virtuais. É preciso saber fazer sua mensagem chegar, na hora certa, para aqueles que querem ouvi-la", comentou o funcionário de uma agência de marketing político.
"Há quem acredite que o santinho digital gera engajamento e ajuda a fixar o número do candidato na cabeça do eleitor. É essa crença que vem alimentando a criação de santinhos com números trocados, por exemplo, distribuídos principalmente através do WhatsApp", explicou.
Empresas como a Ello e a Midiacode estão entre as muitas que preparam as peças e, não raro, até distribuem. Alguma já o fazem, embora não com tanto alarde, desde as eleições de 2010, quando os santinhos digitais apareceram para compartilhamento via e-mail e smartphones, apenas.
Em alguns sites, a confecção de santinhos virtuais custa a partir de R$ 300. E é difícil dizer em qual categoria esse gasto está sendo computado.
Hoje, reportagem da Folha de São Paulo, citando dados do Tribunal Superior Eleitoral (veja as tabelas abaixo), afirma que os candidatos declararam gastos de R$ 22,3 milhões com material impresso e adesivos. A segunda maior despesa é com a produção de programas de rádio e TV, que totaliza R$ 13 milhões. O valor gasto com impulsionamento de conteúdo não passou, até o momento, de R$ 1,1 milhão _ perto de 3% do total com propaganda eleitoral.
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