#TellNet: Techlash e economia digital
Por Raquel Gatto *
Em um mundo cada vez mais tecnológico, dados representam poder e o "techlash" coloca em xeque os benefícios de uma sociedade digital. Conhecida como parte importante da globalização por abrir portas para a comunicação, o comércio, dentre outras oportunidades, a internet começa a ser vista com cautela.
Criado pelo The Economist, o termo "techlash" demonstra o olhar negativo frente às gigantes da tecnologia. Um dos motivos para este movimento são os recorrentes vazamentos de informações sensíveis. Violações em grande escala, incertezas sobre como os dados são usados e monetizados, cibercrime e outras ameaças online abalam a confiança dos usuários conectados.
Mesmo assim, estima-se que em 2025 a economia digital representará 24% do PIB mundial. Só no Brasil, esta porcentagem atingiu a marca de 22,5% em 2016. Nos países em desenvolvimento, de forma geral, a economia digital é expressiva, com crescimento de 15% a 25% ao ano.
A conectividade em discussão no G20
Conectividade, futuro do trabalho e da educação ao lado de tópicos como segurança e privacidade têm sido o foco das discussões entre os membros do G20 acerca da economia digital.
Garantir a privacidade e segurança é primordial para construir confiança na inovação tecnológica e, particularmente, na internet, visando ser uma potência na economia global para abordar essas questões de forma que a sociedade digital continue a prosperar.
Por conta das recentes violações de dados, tornam-se cada vez mais necessárias as regras de responsabilidade para as empresas quando manipulam, compartilham sem permissão e não mantêm seguros os dados pessoais.
Leis de proteção de dados
A cada dia surgem regulamentações próprias para esse tipo de violação. Porém, os governos devem estar cientes que a regulação apressada de alguns desses abusos pode ser equivocada.
Um dos acordos regulatórios que ficou mais conhecido no mundo todo foi o GDPR, em vigência desde 25 de maio na União Europeia. A partir dele, outras leis foram sendo formadas. No Brasil, a Lei de Proteção de Dados Pessoais foi aprovada em 15 de agosto e as empresas terão 18 meses para se adaptarem.
Essas leis têm como objetivo fazer com que as pessoas tenham mais poder para controlar seus dados e as maneiras pelas quais são usados tanto pelo setor privado quanto pelo governo. Assim, será possível colocar em prática uma internet mais "saudável" e, por que não, confiável.
O "techlash" é real e questiona os benefícios da sociedade digital. É necessário redefinir o relacionamento com a tecnologia e priorizar as necessidades das pessoas. O G20 pode desempenhar esse papel, assumindo a responsabilidade – levar as preocupações das pessoas a sério.
(*) Raquel Gatto é assessora de políticas públicas na América Latina e Caribe
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