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Cristina de Luca

Faturamento do e-commerce na Black Friday 2018 deve chegar a R$2,43 bilhões

Cristina De Luca

02/10/2018 14h48

O comércio eletrônico deve faturar R$2,43 bilhões durante a Black Friday deste ano, que será realizada em 23 de novembro. O montante representa uma alta de 15% em comparação com 2017, segundo estimativas da Ebit|Nielsen. O número de pedidos pode registrar uma expansão de 6,4%, indo de 3,76 milhões para 4 milhões, e o tíquete médio online deve ser de R$607,50, 8% maior que o do ano passado.

Na Black Friday 2017 os consumidores brasileiros geraram R$ 2,1 bilhões em vendas, de acordo com dados da própria e-Bit. O gasto médio dos consumidores, somadas as compras online e offline,  foi de R$ 1.178, o que mostra a disposição do brasileiro em aproveitar a data para comprar produtos de maior valor. Tendência que deve ser mantida este ano.

A categoria de smartphones foi a mais popular na Black Friday 2017, seguida por TVs e eletroportáteis. Porém, outras categorias ganharam relevância, como roupas, perfumes e tênis.

Esse ano, as dez categorias mais desejadas pelo e-consumidor, segundo as projeções da e-Bit, continuarão sendo:
1) Eletrônicos
2) Eletrodomésticos
3) Smartphones
4) Informática
5) Moda e acessórios
6) Cosméticos e perfumaria
7) Casa e decoração
8) Livros
9) Brinquedos e games
10) Esporte e Lazer

Black fraude?
A credibilidade da data é outro indicador que vem melhorando ao longo dos anos. Conforme levantamento do e-Bit, o número de pessoas que não pretendem comprar durante a data, por não confiar que existam descontos de fato, diminuiu de 38% em 2017 para 35%.

"O cenário é um reflexo de todo trabalho e repercussão positiva das últimas edições. As lojas também são fortemente impactadas por esse mérito e precisam zelar por sua reputação no mercado. Para 39% dos consumidores, confiança na marca é determinante na escolha, seguido de menor prazo de entrega, citado por 28% das pessoas", afirma Keine Monteiro, head de inteligência e operações da Nielsen.

Os dados batem com uma pesquisa realizada pelo Google e a pela Provokers, ao longo de julho passado, ouvindo 1.500 consumidores online, de 18 a 54 anos, das classes A, B e C, de todas as regiões do País. Confiança nas promoções foi apontada como o principal motivo para não participar da Black Friday por 37% dos entrevistados. Por outro lado, 75% dos que compraram dizem que gastaram o valor que esperavam ou menos.

Do total de entrevistados pelo Google, apenas 9% disseram que não comprariam neste ano. Analisando somente a intenção de quem comprou em 2017, só 2% afirmam que não vão comprar neste ano, o que mostra que poucas pessoas que compram em uma Black Friday deixam de comprar novamente no ano seguinte.

Além disso, a pesquisa do Google mostra  que 78% das pessoas voltaram a comprar numa mesma loja após uma primeira experiência de compra durante a Black Friday.

Natal e Ano Novo
Segundo a e-bit, a Black Friday é a principal data do calendário do e-commerce brasileiro. A pesquisa da empresa aponta que 88,6% dos e-consumidores têm intenção de comprar na ocasião – alta de cerca de oito pontos percentuais com relação à pesquisa de expectativa de consumo realizada no ano passado.

Entre o comportamento dos e-consumidores, 46% afirmaram que vão fazer suas aquisições na sexta-feira (23) e outros 22% indicaram que preferem comprar entre os dias 24 e 30 de novembro. No apontamento, há também os 13% que preferem garimpar promoções pré-Black Friday entre os dias 16 e 22 do mês, segundo o e-Bit.

A pesquisa do Google vai além. Mostra que a Black Friday abre um período repleto de intenções de compras. "As marcas não devem enxergar a data como um evento, que começa e termina, mas como o início de uma relação mais duradoura com o consumidor", comenta Patricia Muratori, head de vendas para varejo do Google Brasil.

O que ele quer dizer com isso? Que a Black Friday abre a temporada de compras de um trimestre importantíssimo para o varejo,  que inclui a chegada do 13º salário, Natal e saldão de Ano Novo.  De acordo com a pesquisa do Google, 48% das pessoas usarão o 13º salário para organizar suas finanças pessoais e 35% para realizar compras no final de ano.

De acordo com o Google, ao contrário da Black Friday, em que o consumidor compra produtos para si mesmo, no Natal o foco das compras são presentes. Somente 15% das pessoas que compraram na Black Friday 2017 disseram o produto seria oferecido como presente de Natal.

O comportamento pós Natal também é diferente. O saldão de início do ano é o período de maior buscas por promoções e descontos fora da Black Friday no Brasil.  Nesse período, o foco dos consumidores é arrumar a casa: eletrodomésticos, móveis e decoração têm mais buscas no Google em janeiro do que em dezembro.

Dados do e-Bit reforçam essa percepção. Apesar da proximidade com o Natal, a data não representa perigo para as vendas de dezembro, já que continua sendo, majoritariamente, usada para compras de uso próprio para 69% das pessoas. Apenas 26% e 20% das pessoas disseram que pretendem comprar algo para a família e dar de presente, respectivamente.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.