E o Facebook está na berlinda, mais uma vez
O mais recente escândalo envolvendo o Facebook revelou que a rede social enganou crianças para que gastassem dinheiro em jogos na plataforma, como Angry Birds e Barn Buddy, sem o conhecimento dos pais. A informação é de um relatório que veio a público esta semana, acusando a empresa de espoliar famílias.
Esse documento sustenta que o Facebook incentivou os desenvolvedores a incluirem a opção de compras no aplicativo, sem a necessidade de permissão expressa dos pais, de acordo com o Center for Public Integrity, que convenceu o juiz da Corte Distrital dos EUA Beth Labson Freeman a revelar o material.
"Durante anos, a empresa ignorou os alertas de seus próprios funcionários de que estava enganando crianças", escreve o Centro de Integridade Pública. "Uma equipe de funcionários do Facebook chegou a desenvolver um método que reduziria o problema, mas a empresa não o implementou e disse aos desenvolvedores estar focada em maximizar as receitas."
Em uma carta enviada a Mark Zuckerberg nesta terça-feira, os senadores Ed Markey (D-Massachusetts) e Richard Blumenthal (D-Connecticut) chamam a informação de "alarmante", acrescentando que o relatório levanta sérias preocupações sobre se o Facebook e seus funcionários agiram conscientemente.
Na carta os senadores perguntam quando o CEO da rede social soube do problema, o que fez para minimizá-lo e se pretende se comprometer com a emissão de reembolsos. E dão prazo até 19 de fevereiro para que Zuckerberg responda.
Além disso, grupos de defesa da criança e da privacidade se mobilizaram para pedir ao Facebook que desative imediatamente o Messenger Kids. Eles alegam que a rede social é "imprópria para criar plataformas ou produtos para crianças".
O pleito de desativação do Messenger Kids é antigo. "Mas agora adicionamos outra preocupação séria: as motivações intencionais do Facebook e as práticas de negócios com relação às crianças", disseram dez desses grupos, incluindo o Common Sense e o Campaign for a Commercial-Free Childhood, signatários de uma outra carta enviada hoje para Zuckerberg.
O Facebook se defende alegando que desde 2016 implementou uma ferramenta dedicada ao recebimento de solicitações de reembolso para compras feitas por menores de idade na rede social.
Mais dor de cabeça
Já nesta segunda-feira, após as notícias de que a rede social vinha compartilhando dados de usuários com outras grandes empresas de tecnologia e planejando consolidar ainda mais seu monopólio, integrando seus produtos de mensageria (WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger), foi a vez da organização Freedom from Facebook enviar uma carta à Federal Trade Commission (FTC) atualizando uma queixal apresentada em novembro de 2018, na qual pede à FTC que investigue a violação de 50 milhões de contas de usuários e conduza uma investigação mais ampla sobre duas questões adicionais: se o Facebook violou seu decreto de consentimento de 2011 e se se tornou muito grande e complexo para ser governável.
Na ocasião, a coalizão instou a FTC a buscar o máximo de penalidades civis contra o Facebook e exigir que o Facebook desmembre o WhatsApp, o Instagram e o Messenger. Agora, na carta ontem, exige uma investigação mais profunda sobre os inúmeros escândalos envolvendo a rede social, transparência em relação à forma como os dados dos usuários são (ou forum) utilizados pelas outras empresas de tecnologia, e também uma atualização sobre o status da denúncia anteriormente apresentada.
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