Falta de confiança começa a fazer consumidores reduzirem sua pegada digital

Quase metade dos consumidores (44%) ouvidos para um estudo divulgado nesta quarta-feira pela Dentsu Aegis Network tomou medidas no ano passado para reduzir sua pegada digital (tudo aquilo que está disponível online a seu respeito). O motivo? A descrença de que as empresas que mantêm seus dados pessoais se preocupam em proteger a sua privacidade.

Desenvolvido em conjunto com a Oxford Economics, o estudo "Human Needs in a Digital World – Digital Society Index 2019" entrevistou 43 mil pessoas em 24 países, incluindo o Brasil.

Os resultados indicam que as pessoas estão aprendendo a administrar a economia digital sob seus próprios termos.  E estão fazendo isso sendo mais criteriosas em relação aos serviços usados.

Também tem crescido, especialmente entre a população mais jovem, o uso de bloqueadores de anúncio. Paradoxalmente, no entanto, este mesmo consumidor está mais propenso comprar online, e usar um app para pegar um táxi ou ouvir música.

Outro dado preocupante é a sensação da maioria de que suas necessidades digitais básicas não estão sendo atendidas. No Brasil, 65% dos entrevistados pensam assim.

As necessidades básicas são a pré-condição necessária para as pessoas se envolverem produtos e serviços digitais. O estudo considerou dois aspectos para medir esse indicador: o acesso à infraestrutura digital de qualidade (internet fixa e redes móveis
especificamente), bem como a confiança que as pessoas expressam nas empresas e nos governos em usar seus dados com responsabilidade em termos de privacidade e segurança.

Entre os brasileiros, a maior crítica é em relação à disponibilidade de infraestrutura.

A boa notícia é que a proporção geral de pessoas que acreditam que o digital criará empregos aumentou na variação anual (de 29% para 36%).  E o Brasil está entre os países que mais acreditam que a Inteligência Artificial e robótica criarão oportunidades de carreira nos próximos anos.