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Cristina de Luca

Cientistas de Dados já são os profissionais de TI mais demandados no Brasil

Cristina De Luca

12/04/2019 09h10

Data Science e Data Analytics (cientistas e analistas de dados) são os cargos de TI mais demandados no Brasil, segundo pesquisa da empresa de recrutamento Hays.  Para conseguir uma oportunidade na área, os profissionais devem dominar a formação técnica, além da capacidade de traduzir demandas específicas das áreas de negócio para o setor de tecnologia. A busca por esses perfis ultrapassou um nicho de mercado, e levou companhias do mercado financeiro, seguros, indústria e varejo a também desejarem esses especialistas dentro de suas empresas.

Por outro lado, posições em Infraestrutura estão em queda, pois com a evolução tecnológica, essa área perdeu espaço e ganhou complexidade, demandando profissionais mais especializados, capazes de realizar mais com recursos limitados.

Além disso, Head de Digital Labs e Gerente de Transformação Digital são as carreiras em alta para 2019, segundo a Hays. O desafio à vista é recrutar os profissionais para ocupar esses lugares, já que o perfil é novo. Apostar em talentos internos e externos que não ocuparam essa função pode ser uma saída.

Os dados estão na oitava edição do estudo "Análise de Tendências & Salários do Brasil 2019", que reuniu a opinião de 2.600 profissionais e mais de 400 empresas de todos os portes e dos principais setores produtivos brasileiros.

Segundo Jonathan Sampson, Managing Director da Hays Brazil & LATAM, tendências globais, como a necessidade de Transformação Digital, estão pressionando empresas, com 70% dos entrevistados vendo essa mudança como um desafio. Neste mercado em desenvolvimento, com habilidades em evolução e requisitos comportamentais, a retenção de talentos será um foco importante durante este ano.

As empresas estão dando ênfase aos bônus anuais e aos benefícios não salariais, incluindo mentoria para engajar os colaboradores e evitar perdê-los. No entanto, um resultado alarmante mostra que 51% das empresas não têm uma política de retenção de talentos, o que as deixa muito vulneráveis a um mercado de trabalho mais fluído.

Em 2019, 65% dos funcionários consideram mudar seu local de trabalho. "Eles nos dizem que o salário ainda é o motivo número um (75%), no entanto, benefícios como horário de trabalho flexível realmente importam", explica Sampson.

Curiosamente, as intenções de contratação se concentram fortemente em cargos de analistas e vão até os cargos de gerência. Isso também está se traduzindo em salários mais altos, com 50% das empresas aumentando a remuneração em mais de 3% acima do dissídio.

Em 2018, os patamares salariais se mantiveram estáveis, seguindo a mesma tendência do ano anterior. A Hays destaca aumentos na remuneração acima do dissídio em posições estratégicas, bastante especializadas ou que enfrentam uma alta competitividade no mercado, como foi o caso de cargos na área de Bancos (Investment Banking), em Engenharia (Gestão Industrial, Utilidades/Energia, Melhoria e HSE) e em Tecnologia da Informação (Data Science, Analytics, Product Owner, Product Manager, Desenvolvedor e Devops).

Os dados de referência foram coletados nas três cidades onde a Hays está presente: São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.

Confira as tabelas salariais de Rio e São Paulo.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.