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Cristina de Luca

O maior fator de risco das empresas na era digital? A qualidade dos dados

Cristina De Luca

27/06/2019 20h58

Dados são um ativo estratégico cada vez mais importante, certo?  E a maioria das empresas sabe de cor que o sucesso na análise de dados começa com a implementação de uma metodologia adequada na gestão da qualidade de dados. Grande parte dos executivos reconhece a importância de gerenciar bem os dados e as informações, bem como entende as consequências negativas de não fazer isso de forma adequada.

Mas nem todo mundo faz o que precisa ser feito.

O gerenciamento de dados ainda é um grande desafio para 89% das mil empresas ouvidas pela Experian para sua Pesquisa Global de Qualidade de Dados 2019.

Para 65% dos entrevistados, o grande volume impede uma gestão otimizada dos dados.

Sete em cada 10 companhias entrevistadas afirmam ainda não ter controle direto sobre os dados que utilizam, apesar de saber o quanto isso afeta a capacidade de explorar ao máximo o potencial desse recurso para atingir objetivos estratégicos.

A maioria também aponta a confiabilidade e a precisão como as maiores dificuldades na hora de adotar informações e insights capazes de impulsionador novos negócios.

Para 29% dos entrevistados, os dados sobre seus clientes são imprecisos – no Brasil, essa percepção sobe para 33%. E o erro humano é a principal razão de desconfiança a respeito das informações disponíveis.

O problema
A falta de confiança nos dados paralisa as organizações, impedindo-as de tomar decisões e embarcar em projetos estratégicos.

A única maneira de quebrar essa inércia é construir confiança. As organizações precisam ter um melhor entendimento de seus dados e sistemas, desenvolver uma estratégia de dados abrangente e identificar ganhos rápidos para criar confiança em dados e novos processos.

Para isso, é crucial que as empresas tenham as pessoas, os processos e as tecnologias adequadas para gerenciar os dados e garantir que sejam consistentes e precisos.

O crescimento sustentável das organizações depende de uma visão unificada e única dos seus clientes, produtos, fornecedores, etc. Uma plataforma integrada de qualidade de dados ajuda a construir os alicerces de uma arquitetura orientada à excelência da informação.

Quem é o responsável?
Uma questão que sempre atropela aqueles que estão em uma cruzada para aumentar a qualidade dos dados é determinar quem é o responsável por este tema: o departamento de TI ou a área de negócios?

A pesquisa da Experian identificou que, embora para 84% das companhias o volume de informação continue administrado somente ou prioritariamente por TI, a área responde por apenas 53% dos novos projetos orientados por dados. Em 28% das empresas, a responsabilidade é atribuída a diversas áreas, atuando em conjunto, e em 24%,  a equipes lideradas por Chief Data Officers.

"Constatamos que mais organizações começam a estabelecer uma propriedade correta e uma liderança de dados mais forte, conduzida por um Chief Data Officer (CDO). Esse é um direcionamento fundamental para implementar estratégias capazes de reforçar a conformidade e a segurança das informações, bem como garantir que pessoas certas tenham acesso a dados confiáveis, para tirar proveito otimizado de insights, que possam proporcionar decisões mais respaldadas e, consequentemente, melhores resultados para os negócios", disse Luiz Junqueira, diretor de Soluções da Serasa Experian.

Para 75% dos entrevistados, a responsabilidade pelos dados deve estar em vários departamentos, com a ajuda pontual da área de TI – no Brasil, essa percepção é de 68%.

Pouco mais de 10% afirmaram já adotar uma gestão descentralizada da informação – no Brasil esse indicador cai para 6%.

Já  56% têm a percepção de que TI não entende completamente as necessidades de gerenciamento de dados dos usuários – sendo que 57% das respostas correspondem à opinião de profissionais que atuam na própria área.

Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

Sobre o blog

Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.