A primeira conexão real à Internet aconteceu há exatos 50 anos
Pouco menos de um mês após o envio da primeira mensagem de e-mail, que demonstrou a viabilidade técnica da comunicação entre máquinas de diferentes e remotas, o primeiro link permanente da ARPANET foi estabelecido entre a UCLA e o Stanford Research Institute. A data exata? 21 de novembro de 1969.
Como a ARPANET foi a base da Internet moderna, essa conexão é considerada o primeiro link do que hoje conhecemos como Internet. Ainda assim, a data que entrou para a história como a do nascimento da rede foi a do envio do e-mail, em 29 de outubro de 1969.
Na certidão de nascimento da Internet constam como mãe, a necessidade, e como pai, o desejo. A necessidade, da criação de uma estrutura de rede que diluísse o controle, aumentasse a redundância, mantivesse a simplicidade, garantisse ser aberta e privilegiasse acesso, uso, robustez e serviço. E o desejo, militar, no auge da Guerra Fria, de ter um modelo de troca e compartilhamento de informações, descentralizado e seguro, que permitisse manter o fluxo da comunicação mesmo em condições muito desfavoráveis.
Na prática, segundo os historiadores, quatro eixos balizaram esse nascimento: o tecnológico, o operacional, o social e o comercial.
O tecnológico, referente ao desenvolvimento de pesquisas em novas tecnologias, desde a comutação de pacotes à ARPANET e suas ramificações. No início da década de 60 surgiram as primeiras pesquisas sobre comutação de pacotes, uma das características mais importantes da Internet.
Leonard Kleinrock, à época filiado ao Massachussetts Institute of Technology (MIT), elaborou a teoria da comutação de pacotes em sua dissertação de doutorado, e, em julho de 1961, publicou o primeiro artigo com esses resultados. Em 1964 lançou o livro "Communication Nets: Stochastic Message Flow and Delay", reforçando sua teoria.
O operacional envolve a gestão de uma infraestrutura global e complexa.
O social refere-se à formação de uma grande rede de usuários que trabalharam colaborativamente para criar e desenvolver as novas tecnologias.
E o comercial trata da rápida e efetiva transição dos resultados de pesquisa na implementação de uma ampla infraestrutura de informações.
Esses três eixos seguiram o conceito da "Galactic Network", de J.C.R. Licklider, cientista social e pesquisador em computação do MIT, também, considerado o primeiro a imaginar um mundo interconectado por um conjunto de computadores, por meio dos quais todos poderiam acessar rapidamente dados e programas, a partir de qualquer local.
Em 1965, inspirado pelas teorias e pesquisas de Licklider e Kleinrock, Lawrence G. Roberts, em parceria com Thomas Merill, deu outro importante passo ao fazer computadores se conversarem. Estabeleceu a conexão por linha discada de baixa velocidade de um computador TX-2 (MIT Lincols Labs), localizado em Massachussetts, a um IBM-SAGE Q-32, localizado na Califórnia. Esse experimento mostrou que os computadores diferentes, instalados em áreas distantes, poderiam trabalhar juntos para rodar programas e recuperar dados locais ou na máquina remota.
O plano para a ARPANET, publicado em 1967, foi idealizado por Lawrence G. Roberts, à época já trabalhando para a DARPA , encarregado de desenvolver o conceito de rede de computador. Coube a ele materializar a ideia criada muitos anos antes na mente de um oficial de pesquisa do Pentágono chamado Robert W. Taylor.
A ARPANET foi crescendo ao longo dos anos, com 75% de seu tráfego consistindo basicamente em emails até meados dos anos 70. Em 1973, surgiu o FTP, permitindo a transferência de arquivos, e os nós da rede chegaram a 213 em 1981. Dois anos depois, o TCP/IP e o nome Internet.
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