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Fake news: WhatsApp trabalhará em ferramentas para o TSE

Cristina De Luca

17/10/2018 07h09

Antes tarde do que nunca. Mas, dificilmente, não a tempo de contribuir para maior lisura da campanha eleitoral no segundo turno das eleições desse ano. Nesta terça-feira (16/10), durante reunião com membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),  o WhatsApp se propôs a disponibilizar ferramentas de checagem de conteúdos enganosos ao tribunal. E a verificar quais itens, das sugestões encaminhadas pela Safernet, faria sentido adotar o quanto antes.

"Nossas sugestões foram bem recebidas. Então estamos na expectativa do que será acatado pelo WhatsApp e pelo TSE depois de concluírem a análise das propostas", disse Thiago Tavares, presidente da instituição e membro do conselho consultivo sobre fake news após a reunião.

Entre as principais sugestões encaminhadas pela Safernet estão a redução da possibilidade de encaminhamento de mensagens para até cinco destinatários (como adotado na Índia) e a limitação da possibilidade de criação de grupos e de participação neles por um mesmo usuário, o que abre espaço para abusos de sistemas automatizados.

A organização também defendeu que o WhatsApp adote sistemas de verificação de conteúdos e de indicação daquelas mensagens atestadas como falsas por agências de checagem, estabelecendo limitadores para seu compartilhamento em massa.

Segundo Thiago Tavares, o WhatsApp reconheceu durante a reunião a gravidade do problema e disse que removeu centenas de milhares de contas por comportamento automatizado no Brasil durante o 1o turno.

Durante a reunião, os representantes do WhatsApp ofereceram ao TSE ferramentas que poderiam auxiliar o tribunal no combate, mas voltaram a afirmar que o conteúdo das mensagens trocadas pelo aplicativo é sigiloso e não deram garantias poder colaborar na identificação de quem propaga notícias falsas, informou o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros.

Em entrevista à Agência Brasil o procurador comentou que a equipe do TSE reforçou junto ao serviço a necessidade de ter mecanismos que possam garantir o direito de resposta no mensageiro, diante da grande divulgação de notícias falsas através dele. Mas ouviu dos representantes da plataforma que eles teriam "dificuldades" para aplicar a metodologia de outras redes sociais, como a possibilidade de veiculação de direito de resposta aos mesmos usuários alcançado pelas mensagens originais consideradas falsas. O WhatsApp estaria "aquém disso", nas palavras do procurador.

Hoje, 17/10, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, deve se reunir com representantes da duas candidaturas à Presidência da República, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), para discutir o problema das notícias falsas no pleito eleitoral.

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Sobre a autora

Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.

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Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.