Para cada dólar gasto em privacidade, empresas recebem US $ 2,70
Cristina De Luca
28/01/2020 10h15
É isso aí… A conta é de um estudo da Cisco divulgado hoje, quando se celebra o Dia Internacional da Proteção de Dados. A partir de informações fornecidas por 2800 empresas de 13 países, incluindo o Brasil, a companhia calculou – pela primeira vez – o ROI da privacidade. O resultado revelou que a maioria das organizações está obtendo retornos muito positivos e mais de 40% estão realizando pelo menos o dobro de seus investimentos.
A Cisco também detalhou os resultados do ROI por área geográfica. O Reino Unido registrou o maior retorno do investimento: US$ 3,50. México, Espanha, Brasil e China US$ 3 em média. Os EUA US$ 2,60, e a Índia US$ 1,90.
Este é o terceiro estudo anual da Cisco sobre práticas corporativas de privacidade de dados em todo o mundo e mostra benefícios tangíveis crescentes para empresas que adotam práticas de privacidade fortes. Proteger a privacidade faz bem ao bolso!
A maioria (70%) das organizações diz que recebeu benefícios comerciais significativos, incluindo maior agilidade e inovação, maior vantagem competitiva, maior atratividade para os investidores e maior confiança do cliente.
Além disso, 82% das organizações já consideram as certificações de privacidade como um importante fator na hora da escolha de fornecedores. Em especial as certificações de privacidade ISO 27701, EU-U.S. Privacy Shield e as Regras de Privacidade da APEC. Índia e Brasil aparecem entre os países onde mais entrevistados (95%) concordaram que as certificações externas são agora um fator importante na decisão de compra.
Cálculo do ROI
Para calcular o retorno do investimento feito em privacidade a Cisco considerou seis aspectos. Em todos, entre 67% e 74% dos entrevistados disseram ter visto benefícios "significativos" ou "muito significativos". Percentuais bem superiores ao do estudo de um ano atrás.
Tem mais. Nas últimas duas décadas, o princípio de "prestação de contas" surgiu como um tema crítico em relação aos regulamentos de proteção de dados. De acordo com esse princípio, as empresas devem ser capazes de demonstrar sua conformidade com os requisitos legais. A "Roda da Responsabilidade", desenvolvida pelo Centre for Information Policy Leadership (CIPL), é uma estrutura que ajuda as organizações a fazer isso e, de quebra, avaliar e adaptar seus programas de privacidade.
Para melhor entender onde as organizações estão hoje em relação a ela, a Cisco pediu aos entrevistados para avaliar seu progresso em cada um dos sete elementos em uma escala de 1 (muito pouco no lugar) a 5 (no todo ou quase todo). A variação entre empresas foi bastante significativa. A pontuação média geral foi 3,65, mas 25% das empresas entrevistadas pontuaram 3,0 ou menos, 41% marcaram entre 3,0 e 4,0 e 33% pontuaram acima de 4.0.
Segundo a Cisco, as empresas com maiores pontuações na Roda de Responsabilidade também apresentaram maiores benefícios relacionados à privacidade.
E aí? Convencido de que a conformidade com a nossa Lei Geral de proteção de dados pode ser um bom negócio, afinal?
Sobre a autora
Cristina De Luca é jornalista especializada em ambiente de produção multiplataforma. É diretora da ION 89, startup de mídia com foco em transformação digital e disrupção. Foi diretora da área de conteúdo do portal Terra; editora-executiva da área de conteúdo da Globo.com; e editora-executiva da unidade de Novos Meios da Infoglobo, responsável pela criação e implantação do Globo Online. Foi colunista de tecnologia da Rádio CBN e editor-at-large das publicações do grupo IDG no Brasil. Master em Marketing pela PUC do Rio de Janeiro, é ganhadora do Prêmio Comunique-se em 2005, 2010 e 2014 na categoria Jornalista de Tecnologia.
Sobre o blog
Este blog, cujo nome faz referência à porta do protocolo Telnet, que é o protocolo de comunicação por texto sem criptografia, traz as informações mais relevantes sobre a economia digital.